O Rio...


Amei tal qual água corrente
Que passa ligeira nas barreiras
Deixando sinais molhados
Para em poeira se transformar
Sendo apagado com o vento.

O tempo passou correndo
Hoje em seu rastro vou atrás
Contra a corrente das águas
Que não votam jamais
Tento mergulhar a solidão

Águas que encantam
Serenas, ligeiras e vezes profundas.
Em seus segredos muitos adeus
Meu corpo tão navegável
Sente o peso, ora ancorado.

Rio de vastas paisagens
De tanto calor e nevoeiros
No auge das tempestades
Aumenta seu volume
Em disparada engole tudo

Nessas águas revoltas naveguei
Arrastando corações
Sem a menor contemplação,
As sementes que germinaram
Muitas delas nem sei se vingaram.

Sentado à beira do rio
Observo triste seu remanso
Uma folha passeia calmamente
Pássaros sibilam em qualquer canto
Na minha mente maior rebuliço...
 
Jamaveira®

Imagem: DoGoogle