E Eu Bebo…(II)

No meu Planeta

Tão perto das Estrelas

Tão equidistante do Mar

Bebo porque amo

Uma espécie de sobriedade

No fim das garrafas encontrar…

Apreciando As Palavras

Virtuais

Ou reais

Que me fazem soltar as amarras

E sentir o mundo etéreo

Que me costuma rodear

Bebo

Porque esta é mais uma das formas

Da plenitude

Da portentosa Imensidão

Amar…

Imagens

Sensações

Que preenchem as lacunas

Os interstícios

Dos sentidos

Bebo

E nas suas gotículas alucinógenas

Procuro coisas ternas

Que na sobriedade

Mostram toda a sua imensa fealdade

E então

Para mascarar a realidade

Que tudo é belo

Que tudo depende de nós

Blá…

Blá…

Blá…

Tenho medo que depois de acordar

Me sinta só

E eu paro de beber

Com demasiada frequência

E essa é a total

E mascarada verdade

Eu não bebo a maior parte dos dias

Das noites

Dado ter feito a escolha

Para toda a Eternidade

Que prefiro ver o mundo

E o Universo

(Limpo de substâncias)

Na sua alegria

Nas suas mágoas

Vejo

E prefiro ver

E ser feliz como sou

Sem que necessariamente

Tenha de beber…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 28/02/2010
Código do texto: T2112152
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