E Eu Bebo…(II)
No meu Planeta
Tão perto das Estrelas
Tão equidistante do Mar
Bebo porque amo
Uma espécie de sobriedade
No fim das garrafas encontrar…
Apreciando As Palavras
Virtuais
Ou reais
Que me fazem soltar as amarras
E sentir o mundo etéreo
Que me costuma rodear
Bebo
Porque esta é mais uma das formas
Da plenitude
Da portentosa Imensidão
Amar…
Imagens
Sensações
Que preenchem as lacunas
Os interstícios
Dos sentidos
Bebo
E nas suas gotículas alucinógenas
Procuro coisas ternas
Que na sobriedade
Mostram toda a sua imensa fealdade
E então
Para mascarar a realidade
Que tudo é belo
Que tudo depende de nós
Blá…
Blá…
Blá…
Tenho medo que depois de acordar
Me sinta só
E eu paro de beber
Com demasiada frequência
E essa é a total
E mascarada verdade
Eu não bebo a maior parte dos dias
Das noites
Dado ter feito a escolha
Para toda a Eternidade
Que prefiro ver o mundo
E o Universo
(Limpo de substâncias)
Na sua alegria
Nas suas mágoas
Vejo
E prefiro ver
E ser feliz como sou
Sem que necessariamente
Tenha de beber…