Nesse curto tempo de espera,
Olhei bem rápido os seus olhos.
Vi que me olhavam por inteiro,
E julguei um coração desconhecido.
 
Nessa vida julgamos sempre os culpados,
Inocentes terão que provar sem dúvidas.
Quem há de me julgar pelos meus erros?
Aqueles que julguei pelo espelho.
 
Não sei da sua liberdade, seria minha?
Mas antes fosse a razão sem dúvidas.
Que diria eu da minha própria prisão?
Meu perdão aos meus infelizes alunos.
 
Não sou diferente nesse mundo,
Sou a regra que não permite exceção.
De ver-me preso aos pequenos detalhes,
Não diferenciando o meu certo da paixão.
 
Assim é o mundo que se julga racional,
Razão, pois, que tem que não sabe usa-la?
Ter o fim marcado antecipadamente,
Sem que a história se tenha sequer passado.
 
É assim o julgamento que fazemos,
Reflexos que se juntam no mesmo erro,
Fotos idênticas de figuras opostas,
Mas sabemos esconder nossa hipocrisia.