Alguém no Cais

Eu quis andar pelo cais.

Um frio,

e nas paredes do armazém,

uma mensagem de alguém.

Lata de lixo do cais.

Um carro

abandonado e em mau estado,

e as carícias da água do mar.

Amanheceu. No cais, só eu

pensei me encontrar.

Mas um boné surgiu até

pra me espionar.

Eu me despenquei pelo cais.

Parei.

Um assovio ou um navio

ou o operário que vem.

Lá no início do cais,

um trilho

e um jornal podem viver

sem as carícias da água do mar.