Num tremendo desalinho
de astros desgovernados
meu fogo ficou fraquinho
em tardes de alta solidão.
Encolheram-se os caminhos
secaram-me alguns veios
e escureceram o verão.
Não nego minha transição,
mas entre o hoje e o amanhã
há uma passagem pelo meio:
E se hoje eu sou um vinhedo
entre a lágrima e o folguedo
entre o enredo e a abstração
amanhã, serei taça de vinho!
Silvia Regina Costa Lima
2 de fevereiro de 2010