Por Mais Pesado Que Seja

Por mais pesado que seja

O fardo do posto que almeje

Os problemas em estar sempre naquele albergue

Não vê dúvidas na certeza

No chiqueiro de indignação

Por onde semeou toda revolta e pão

Nada mais pode encontrar

Como se nunca estivesse neste lugar

Senti-me meio que sem sentir

Que o estranho do porvir

E que às vezes não só o entendo

Como sei ao certo que o começo

Por estar sempre me ligando a um desapreço

Iniciar-se-á mesmo que contendo

Dúvidas precisas de minhas entranhas

Não sei se é estranha, mas de certo me arranha

Leva-me a fatos distantes de mim

Nada aqui posso tocar, nem alterar ou ressentir

Nem sei se procuro por algo importante assim

É tanto pra se ver e escolher é pior que mentir

Desprezo coisas importantes e outras passam por mim

Ao lado em frente e por entre meu corpo

Acho que não sabem que estive aqui

Soberbo achar que alguém lembrou

E a me ver sei quem não me viu

E a sentir sei quem não sentiu

Mas me recriminar eternamente pareceu uma saída

Esquinas são chamadas de casa em cada novo lugar

É minha ilusão que tenta me punir

O chamado inocente de uma alma perdida

Um choro contido entre o tentar despertar

É meu simples sonhar ou meu pobre fingir

Alexandre Bernardo
Enviado por Alexandre Bernardo em 09/02/2010
Código do texto: T2077680