Alívio

Há momentos, em que o impacto do momento,

É tão atordoante,

Tão desestruturante,

Que não há como esconder o sentimento...

Refiro-me às graves situações,

Que se apresentam como instantâneas prisões,

Particulares ou não,

Que causam emocional devastação...

Perdas inesperadas,

Tragédias não anunciadas,

Acontecimentos que escapam às previsões

E que não possuem soluções.

Colidem frontalmente.

Agridem violentamente,

Com uma fúria desconhecida

E uma agressividade desmedida.

O que nos sobra de imediato,

Para amenizar o estrago,

É o manto

Do indesejável, mas, por vezes, inevitável pranto.

Pôr para fora, em forma de salgada explosão,

Líquida inundação,

Todos os incômodos que estavam guardados,

O ranário inteiro da garganta...

Os espinhos cravados...

O tempo perdido,

O amor não vivido...

Toda a dor, que aproveita o instante e transborda

Levando consigo flancos das bordas...

Chorar!

Para descarregar

E não escorregar.

Para desabafar

E não amargar...

Ampliar o desabafo,

Para aliviar o peito sufocado.

Chorar por tudo,

Que se vê de errado no mundo.

Chorar

Até esgotar...

Chorar

Para poder voltar!

Chorar

Até o sol raiar...

E, novamente, iluminar!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 07/02/2010
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