Estações
Tudo sempre é dito
Com palavras tão pequenas que parecem nem durar
E como perdura esse infinito
Essa imensidão do teu olhar
Tudo muda e tudo passa
Mas só eu pareço não sentir
Tudo ao meu redor se coloriu e perdeu a cor
Tempos depois,eu vi, retornou
Mas comigo não
Fui o mesmo sentado na cachoeira
Retornei tempos depois
Sozinho com três pedras bem pequenas
Seriam quatro, se por um enquanto olhava os dois sóis
Lembrasse que quatro são as estações como as novenas
Que enfileiradas ali estavam á meu puro bel prazer
E que diante de certas coisas
Que fora da seqüência das estações estavam
Eram cores que me lembravam
As pedras queimavam a minha mão
Vermelha ardente era a primeira
Lembra um velho e distante verão
Minha mão se refez em cores
Como delírios que na primavera
Eram mais altos e fortes que certos odores
As cores subiram pelo braço onde a pele caía
Senti perto o outono que tivera
Onde de mim todos de perto e também aquele, por ali saía
Mas por sorte eu esqueci
E o inverno se perdeu por ali
Agora vivo minhas noites quentes
Por entre braços, amores e dores
Despedidas, encontros e mentes
E faço a seqüência que quero
Pois as estações estão em minhas mãos
E se as conheço faço do meu modo
Aquele do “eu faço o que eu quiser”
Assim menino
Assim sem se importar
Assim eu cresço
Assim eu vejo a estação passar