Estações

Tudo sempre é dito

Com palavras tão pequenas que parecem nem durar

E como perdura esse infinito

Essa imensidão do teu olhar

Tudo muda e tudo passa

Mas só eu pareço não sentir

Tudo ao meu redor se coloriu e perdeu a cor

Tempos depois,eu vi, retornou

Mas comigo não

Fui o mesmo sentado na cachoeira

Retornei tempos depois

Sozinho com três pedras bem pequenas

Seriam quatro, se por um enquanto olhava os dois sóis

Lembrasse que quatro são as estações como as novenas

Que enfileiradas ali estavam á meu puro bel prazer

E que diante de certas coisas

Que fora da seqüência das estações estavam

Eram cores que me lembravam

As pedras queimavam a minha mão

Vermelha ardente era a primeira

Lembra um velho e distante verão

Minha mão se refez em cores

Como delírios que na primavera

Eram mais altos e fortes que certos odores

As cores subiram pelo braço onde a pele caía

Senti perto o outono que tivera

Onde de mim todos de perto e também aquele, por ali saía

Mas por sorte eu esqueci

E o inverno se perdeu por ali

Agora vivo minhas noites quentes

Por entre braços, amores e dores

Despedidas, encontros e mentes

E faço a seqüência que quero

Pois as estações estão em minhas mãos

E se as conheço faço do meu modo

Aquele do “eu faço o que eu quiser”

Assim menino

Assim sem se importar

Assim eu cresço

Assim eu vejo a estação passar

Alexandre Bernardo
Enviado por Alexandre Bernardo em 06/02/2010
Código do texto: T2073008