O mecanismo ordinário da existência
Somos como gotas de água
Que descem pela embalagem de iogurte
Exposta a temperatura ambiente
Somos como gotas de água
Que caem vertiginosamente
Do lado de fora da janela...
Somos como gotas de água
Que se alojam com outras
No suor de um corpo escaldante
Somos como gotas de água
Entre as muitas que caem
Livremente dos olhos...
Somos como gotas de água
Involuntárias que caem da pia
E alcançam o chão da cozinha
Somos como gotas de água
Na imensidão e na beleza
Desse oceano que nos cobre
Somos como gotas de água
Subordinadas ao relento e ao acaso
Não entendemos o mecanismo ordinário da existência
Não sabemos onde vai parar essa engrenagem
Mas também não queremos gastar o tempo
Pensando sobre isso...
...
Por que é preciso viver
É preciso serenar nossas vidas.