O mecanismo ordinário da existência

Somos como gotas de água

Que descem pela embalagem de iogurte

Exposta a temperatura ambiente

Somos como gotas de água

Que caem vertiginosamente

Do lado de fora da janela...

Somos como gotas de água

Que se alojam com outras

No suor de um corpo escaldante

Somos como gotas de água

Entre as muitas que caem

Livremente dos olhos...

Somos como gotas de água

Involuntárias que caem da pia

E alcançam o chão da cozinha

Somos como gotas de água

Na imensidão e na beleza

Desse oceano que nos cobre

Somos como gotas de água

Subordinadas ao relento e ao acaso

Não entendemos o mecanismo ordinário da existência

Não sabemos onde vai parar essa engrenagem

Mas também não queremos gastar o tempo

Pensando sobre isso...

...

Por que é preciso viver

É preciso serenar nossas vidas.

Mathias Moreno
Enviado por Mathias Moreno em 05/02/2010
Reeditado em 23/03/2011
Código do texto: T2070148