Será que temos sorte?
Andei sobre uma dor muito decaída
Senti quem sabe uma ferida tão funda e doída
Não caiu mais em velhos truques
Não estou a fim de abaixar o volume
Quem pouco ouve se sucumbe
Vejo sempre as mesmas coisas
Pessoas não mentem quando estão malucas
Ou será que sim?
Será o fim?
Afinal o que será de mim?
Perguntas sem respostas
Não a saída
É mais um fim de linha
Sinais vermelhos
Não há carros
Só um velho esqueleto
É o fim?
O que eu fiz?
Eu mesmo que quis
Afinal o final esta na morte
E o começo? Eu que lhe pergunto
Somos capazes ou inúteis?
Saberemos quando entrarmos a sorte
A morte banhada em sorte
Não temos sorte
Apenas vivemos para enfim encontrarmos a morte.