Talvez, Pode Ser!
Talvez, venha da minha incerta e desconhecida origem,
Essa tendência à vertigem...
Esse arrepio perpétuo,
Que desafia os incrédulos
E perpassa minha existência,
Como natural consequência.
Talvez, seja atenção em demasia,
Debruçada sobre tudo o que se passa nessa autarquia...
Tento armazenar o máximo de informação,
Para entender melhor a situação.
Procuro os dados mais encolhidos,
Os condicionamentos mais esquecidos...
Talvez, seja apenas, o curso natural da minha história,
Essa busca incessante da mais antiga memória.
Essa preponderante necessidade
De suavizar a agressividade...
De contato íntimo com a eternidade,
De aproximação com a divindade...
Pode ser, que seja o excesso de sofrimento,
Pelo que passou meu argumento,
Até começar a perceber,
O que em mim não poderia mais se esconder.
Até enveredar pelo escrever
E, assim, em mim, apreciar o sol nascer.
Pode ser, que seja o escancarado emocional,
Que vem me mantendo no excepcional...
Essa avalanche ininterrupta de sentimentos,
Que me atravessa sem constrangimentos,
Independente da minha vontade,
A mando da redentora criatividade.
Pode ser, que seja obra dessa sensibilidade,
Que desdenha criteriosamente, toda essa mediocridade...
Que me faz flertar com a loucura!
Que me fez optar pela lisura.
Que me impôs a arte:
Alimento de tudo que em mim arde!
Não sei explicar.
Estou ocupado demais em vivenciar...
Em cantar,
Em criar,
Em escrever...
Acima de tudo: em bem querer!