Talvez, Pode Ser!

Talvez, venha da minha incerta e desconhecida origem,

Essa tendência à vertigem...

Esse arrepio perpétuo,

Que desafia os incrédulos

E perpassa minha existência,

Como natural consequência.

Talvez, seja atenção em demasia,

Debruçada sobre tudo o que se passa nessa autarquia...

Tento armazenar o máximo de informação,

Para entender melhor a situação.

Procuro os dados mais encolhidos,

Os condicionamentos mais esquecidos...

Talvez, seja apenas, o curso natural da minha história,

Essa busca incessante da mais antiga memória.

Essa preponderante necessidade

De suavizar a agressividade...

De contato íntimo com a eternidade,

De aproximação com a divindade...

Pode ser, que seja o excesso de sofrimento,

Pelo que passou meu argumento,

Até começar a perceber,

O que em mim não poderia mais se esconder.

Até enveredar pelo escrever

E, assim, em mim, apreciar o sol nascer.

Pode ser, que seja o escancarado emocional,

Que vem me mantendo no excepcional...

Essa avalanche ininterrupta de sentimentos,

Que me atravessa sem constrangimentos,

Independente da minha vontade,

A mando da redentora criatividade.

Pode ser, que seja obra dessa sensibilidade,

Que desdenha criteriosamente, toda essa mediocridade...

Que me faz flertar com a loucura!

Que me fez optar pela lisura.

Que me impôs a arte:

Alimento de tudo que em mim arde!

Não sei explicar.

Estou ocupado demais em vivenciar...

Em cantar,

Em criar,

Em escrever...

Acima de tudo: em bem querer!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 04/02/2010
Código do texto: T2068388