Diante do Tempo
Numa madrugada fria
O sono não me afetava
Eu tragava a esperança!
Enfiava-me num nevoeiro
Sim! Um nevoeiro
Curtia sem dó a cegueira
Num súbito fui à janela
Havia muitas borboletas
Suas asas se despedaçavam
As cores se multiplicavam
Na escuridão uma música
Prenúncio de tempestade
Sem querer o vento chega
Empurra a janela, sacode-a
Uma mão toca meu ombro
“vamos pra cama!”
Numa madrugada de fortes ventos
Eu beirava ao silêncio...
Mas um silêncio bem barulhento!