Sobre os Escombros

Quando o castelo em que se habitava, desaba...

O mais prudente é tentar salvar as asas.

A riqueza interior,

A única verdadeira nobreza!

Aquela inacessível ao exterior,

Responsável por toda leveza...

É o que permanece quando desaba o castelo,

Quando se rompem os equivocados elos.

Mesmo aqueles que nos serviram por algum tempo,

Mas que, agora, perderam o próprio argumento.

Esse momento é aquele em que se reconhece o pesadelo,

Em que se percebe o transtorno do peso,

Que se vinha carregando, sem perceber,

Sem, nem mesmo, em verdade, querer.

Uma distração, talvez, uma ilusão,

Pode conduzir a esse tipo desagradável de situação.

O importante não é detectar como se foi parar ali,

Mas sim, como sair dali.

Para tanto, é preciso estar seguro,

Do que é mais sagrado em seu próprio mundo.

Os dados inegociáveis,

Inalienáveis.

Os que não se pode abrir mão,

Sem perder completamente, o chão.

Os mais íntimos sentimentos,

Os que atravessam a impetuosidade do tempo.

A parte mais alta da consciência,

O núcleo da essência.

A fonte de toda a luminosidade,

Onde reside a tranquilidade,

O nível mais claro de discernimento,

O bom senso,

As legítimas necessidades,

Que permeiam a toda humanidade.

É nessa região,

Que engloba a razão e o coração,

Que se pode acessar a força para resistir;

Para não enlouquecer e desistir,

Por mais feio que seja o quadro,

Do querido castelo, desabado...

É onde se encontra o impulso para abrir as asas

E ir montar, bem longe, a nova casa.

Mais clara,

Bem mais iluminada,

Conscientemente mais adequada.

Alva,

Alta,

Toda branca!

Onde se possa desenhar a giz,

Toda a felicidade que sempre se quis.

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 31/01/2010
Reeditado em 31/01/2010
Código do texto: T2061079