Indagações
É fim de tarde e anoitece
Em meu peito uma dor entristece
Guardando a emoção que adormece
Igual a noite que se instala
Meu anseio tímido se cala
Afogado no vidro de um perfume que exala
Tudo vaporizado na existência
Impregnado na tênue transparência
Anestesiado pelo esgoto da impaciência
Quem sou eu?
Algo que se perdeu?
Ou que sequer nasceu?
Perguntas que eu não tenho como responder
Vultos nebulosos que eu não consigo ver
Sensações que surgem e eu não posso entender
Ecos diluídos na busca de identidade
Raízes a cortarem o solo da curiosidade
Indagações profundas e companheiras da sobriedade