AMOR DO AMOR

Talvez se possa reduzir o amor ao querer,

Quem sabe resumi-lo ao desejar,

Mas querer o quê e como desejar?

O que é verdadeiramente amor?

Ele pode ser discriminado,

Ou classificado, dividido, tipificado?

Pensando bem, tenho até medo de falar,

Pois sei as pedras que sobre mim virão,

Neste mundo egoísta,

Onde o que dizem amor

Sempre espera retribuição.

Mas de tudo que entendi na vida,

Esta é a súmula e a conclusão:

Que amor é simplesmente amor,

O que não combina com extorsão.

Quero dizer que amor nada espera

E não existe por imaginar recompensa,

Nem mesmo amor de mãe,

O amor de Deus,

Ou qualquer amor que se pensa.

Pois o amor que algo espera,

Não foi jamais amor,

Mas permuta, que é negócio.

E sabemos desde cedo,

Que no escambo o amor já era.

É assim que pretendo amar minha amada,

Meus amados e meus filhos.

É assim que quero amar a quem que não vejo,

Aqueles por quem não morro de desejo.

De quem nada quero, nem recompensa espero.

Os que não podem me fazer o bem,

Pois sei: se somente amar por recompensa,

Talvez eu nunca ame alguém.

Wilson Amaral

Wilson do Amaral Escritor
Enviado por Wilson do Amaral Escritor em 31/07/2006
Código do texto: T206000