Estrela

Ela é só mais uma estrela e um ponto de luz

Aquele dourado avermelhado de pedra que aos poucos se reduz

A pouco menos ainda de cinzas e pedras no chão de algum quintal

Nem mesmo por tempos pensei que era sinal

Era tempos de escolhas e a música nos meus ouvidos

Alta como sempre, condisse com o tom

E me disse sobre ela falar e sobre o tremendo frio

Não era minha estrela guia era só mais uma cadente

Tão decante quanto eu

Nunca ascendente como quis

Era tempo de escolhas e nelas pensavam

Mas como sempre falta coragem

E uma criança uma vez me contou

Covardes falam de estrelas

Falam também de pedras, falam do céu e do ar

E nunca larga de mão a mais bela das musas

Pois deitada em frente do mar

A lua cheia sempre enche o peito de paixão

Mesmo o mais sozinho, perdido com coisa de menino

E nem mesmo com as janelas abertas

Ou com os olhos fechados podia parar de vê-la

Caindo pra longe de mim

Com mil ou talvez nenhum a observar

Com 1000 ou talvez nenhum pedido correspondido

Levando pesares e tristezas consigo

Para a todas destruir no rastro de sua fumaça

Nada ela tinha a fazer em frente à destruição

O que eu vejo ao meu lado não é mais só um passageiro

É um vulto negro que se apodera de mim

Faz-me trair amigos que, não sei ao certo, receio

Nunca conheci nem reconheci

Ele me oferece um cigarro e fala sobre o que viu pela cidade

Viu minhas seringas positivas reinando caos e terror

Viu partes de meus braços esfolados nas paredes das esquinas

Onde mesmo ali encontrava sempre meu cobertor

Pra me cobrir sempre do terrível frio

Frio que congela meu corpo

Frio que congela minha alma

Eu perdi o rastro da minha estrela

Em uma noite fazendo escolhas

Alexandre Bernardo
Enviado por Alexandre Bernardo em 25/01/2010
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