Estrela
Ela é só mais uma estrela e um ponto de luz
Aquele dourado avermelhado de pedra que aos poucos se reduz
A pouco menos ainda de cinzas e pedras no chão de algum quintal
Nem mesmo por tempos pensei que era sinal
Era tempos de escolhas e a música nos meus ouvidos
Alta como sempre, condisse com o tom
E me disse sobre ela falar e sobre o tremendo frio
Não era minha estrela guia era só mais uma cadente
Tão decante quanto eu
Nunca ascendente como quis
Era tempo de escolhas e nelas pensavam
Mas como sempre falta coragem
E uma criança uma vez me contou
Covardes falam de estrelas
Falam também de pedras, falam do céu e do ar
E nunca larga de mão a mais bela das musas
Pois deitada em frente do mar
A lua cheia sempre enche o peito de paixão
Mesmo o mais sozinho, perdido com coisa de menino
E nem mesmo com as janelas abertas
Ou com os olhos fechados podia parar de vê-la
Caindo pra longe de mim
Com mil ou talvez nenhum a observar
Com 1000 ou talvez nenhum pedido correspondido
Levando pesares e tristezas consigo
Para a todas destruir no rastro de sua fumaça
Nada ela tinha a fazer em frente à destruição
O que eu vejo ao meu lado não é mais só um passageiro
É um vulto negro que se apodera de mim
Faz-me trair amigos que, não sei ao certo, receio
Nunca conheci nem reconheci
Ele me oferece um cigarro e fala sobre o que viu pela cidade
Viu minhas seringas positivas reinando caos e terror
Viu partes de meus braços esfolados nas paredes das esquinas
Onde mesmo ali encontrava sempre meu cobertor
Pra me cobrir sempre do terrível frio
Frio que congela meu corpo
Frio que congela minha alma
Eu perdi o rastro da minha estrela
Em uma noite fazendo escolhas