Je ne suis...
Sou um pingo de café em uma mesa vazia
Aguardando pela mão suja que vai me acabar.
Sou o pingo de silêncio quando tu está acordado
Aguardando pelo barulho assombrado do lugar.
Posso fingir que estou quebrado
Engraçado, aguardando o conserto do bem,
Posso fingir que estou consertado
Ansiado, aguardando a destruição por alguém.
Sou ajustado conforme o vento gelado
Porém, vento para todos os lados
Não dizem a direção para ninguém.
Não siga uma direção. Vão!
Siga o vento que te atrai para o além.
Sou o café queimando tua língua em vão
O gosto amargo arde,
Mas engula-me goela adentro
Me deixe ficar no teu centro,
Sou quente e cinzento.
Vomita-me, muito antes deu fazer efeito,
Posso fingir ser teu calmante
Ofegante, sou um suspeito.
Sou o teu cinzeiro azul
Calado, aguardando o filtro amarelo
E um farelo, rastro imundo ao sul,
Sou um sinal verde, mas te cancelo.
Encerro esta conversa jogada fora
Nesse instante ou a qualquer hora,
E espero que ninguém a pegue do chão.
Aguarde e veja ela ir embora
Como um pequeno, quase impersepitivel grão.
Sou o pingo de café que estava na mesa vazia outrora
Um pingo sem nome, forma, e coração.