SIMPLES VIVER
Num quarto de hora, que mais parece uma eternidade
Desesperadamente minha alma chora
Na imensa solidão de meu quarto, mato a hora
Quase mato minha vida, agora tão cheia do nada
Ou tão vazia de tudo, não vejo saída
Sou impelida a dar cabo deste inútil tempo
Mas penso, o que é o meu tudo afinal?
Minha alma se confrange, tenta responder
Meu coração aos pedaços tenta consertar
Um concerto, uma suave sinfonia
Que poderia ser fúnebre a minutos atrás
Canção que desperta meus sentidos
Sinto em meus ouvidos soprar
Espírito ainda vestido em luto
Luta pela minha vida que tentei consumar
Quase no limiar, em tênue fio de sustentação
Espírito sacode alma e coração
Em tentativas de consolar
Em tentativas de conscientizar
Revela meu tudo, também o nada
Em parâmetros de comparação
Mostra o tudo do mundo, o nada de muitos
Na tela de minha vida, revi quadros
Rememorei outras vidas, fragmentos...
Revolvendo passados, vi o quanto já cresci
Percebi o quanto já conquistei
Conscientizei-me do real tesouro que guardei
Este que o tempo não escassa
Tesouros que a memória acásica registra
Com a tinta do mais rico fluído, o vital
È minha vida, pensei... e chorei...
Que covardia brutal
Tenho uma vida perfeita, saudável
Tão intensa em saudades e preocupações
Pelos amores de minha vida que estão distantes
Mas os tenho sempre em meu coração
Tenho uma família linda, imperfeita ainda
Mas estamos juntos buscando a perfeição
E chorar de saudades, preocupações
Por esta rica família que amo faz parte
Afinal foram concedidos a mim pelo criador
É muito normal esta luta incessante
É a razão de viver em forma de divina graça
Que graça teria a vida se tudo fosse fazer nada?
Nada ter para conquistar, e o tudo onde estaria?
Então tenho tudo, todos estão bem,
Tenho minha vida
É isso, amo viver
Diana Lima, santo andré/SP, 26/07/2006