Solstício mental anti-sanguessugas

Dolosamente cravejado de porcos consumistas.

Seria eu, o sol, a me afastar do mal?

Vivo insalubre pelas vias de fato,

Mas a prosa não explica a gravidade do ato.

Faço o que fiz por questão de mérito.

No meu júri pessoal não é questão de crédito.

Jovem, forasteiro, em meu mundo a caminhar.

Penso em viver sem ao menos descansar.

Sinto o forte cheiro da carne podre e repulsiva

De quem julga a si mesmo como se fosse uma vítima.

Peço nada pra vocês, mas querem me observar.

E esse ódio tão macabro continua a perturbar.

Ódio oculto em “inocência”, escondendo o egoísmo.

Seria muito conceder um espaço ao “prejuízo”?

Saber perder para ganhar: a vida é assim mesmo.

Quem não aprende logo pensa: não ta sendo mais o mesmo.

A alacridade de viver compensa a minha solidão.

Afastar-me de metades me trás total satisfação.

Já dizia alguém no mundo: saiba ver o outro lado.

Melhor andar sozinho do que mal acompanhado.

Fazer só o que se gosta também tem o seu preço.

O mundo inteiro não gira em torno do seu eixo.

Os fracos dizem sempre aos fortes “eu duvido”.

Cada um tem que entender que nem tudo é seu umbigo.

Quero esse solstício, sem hora pra voltar.

Se pedir isso é muito então vá pra lá chorar.

Não quero essa sujeira que insiste em humilhar.

O seu tédio já começa onde o meu só acabar.

Quando acham que estou indo, eu já estou voltando.

O que eu quero eu consigo sem em nada estar pisando.

Se Russeau ainda fosse vivo ele veria seu engano,

Decepcionado em seu leito com suicídio em seu plano.

– Rafael Souza valle

07-07-06

Rafael S P Valle
Enviado por Rafael S P Valle em 29/07/2006
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