SILÊNCIO SEM FIM
O tempo manifesta-se em vagaroso passar
quando perdida em pensamentos tento encontrar
alguma coisa que me abasteça de sentido
ao olhar tudo exatamente no lugar
Sei que não posso mudar o presente
mas talvez possa delinear um futuro diferente
Não desejo dúvidas em meu viver
quero apenas minha alma livre os caminhos percorrer
A existência é desfeixo de algozes esquecidos
novos ciclos presenciamos, incumbidos de algo fazer
Presos em nossas correntes, castramos os sentimentos
Velamos o que não suportamos
Tento desvendar os mistérios
nas contradições que me guardam
na soleira do destino que traçei
Marcas restaram, tanto me atirei!
Talvez não seja a hora de recomeçar
de revirar a poeira do esquecimento
libertar velhos tormentos
para enfim voltar a sonhar
Pode ser que seja a hora somente de calar
de me envolver no próprio silêncio sem fim
nos uivos amedrontados do pensar
nos gritos dos fantasmas que habitam em mim