SILÊNCIO SEM FIM


O tempo manifesta-se em vagaroso passar
quando perdida em pensamentos tento encontrar
alguma coisa que me abasteça de sentido
ao olhar tudo exatamente no lugar

Sei que não posso mudar o presente
mas talvez possa delinear um futuro diferente
Não desejo dúvidas em meu viver
quero apenas minha alma livre os caminhos percorrer

A existência é desfeixo de algozes esquecidos
novos ciclos presenciamos, incumbidos de algo fazer
Presos em nossas correntes, castramos os sentimentos
Velamos o que não suportamos

Tento desvendar os mistérios
nas contradições que me guardam
na soleira do destino que traçei
Marcas restaram, tanto me atirei!

Talvez não seja a hora de recomeçar
de revirar a poeira do esquecimento
libertar velhos tormentos
para enfim voltar a sonhar

Pode ser que seja a hora somente de calar
de me envolver no próprio silêncio sem fim
nos uivos amedrontados do pensar
nos gritos dos fantasmas que habitam em mim



Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 17/01/2010
Reeditado em 17/01/2010
Código do texto: T2034626
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