Pela Margem

Palavras de meu amigo Lupy:

“As pessoas vivem em exaustão umas com as outras”...

Concordo e completo:

Vivem inseguras, trancadas em suas ostras.

A sensação de impunidade geral,

A violência global,

A ridícula atuação do poder judiciário,

O desvio do humano itinerário...

Em todas as novelas, a manipulação

Como principal atração,

A inversão total de valores,

Tudo isso gerou esse circo de horrores.

A tolerância foi esquecida,

Diante da material corrida.

Faz-se de tudo por dinheiro.

Corrompe-se por inteiro.

A ética, em todos os setores,

Com todos os seus valores,

Foi abandonada.

Tomou o seu lugar a ambição desvairada.

A mais torpe das ilusões,

A mais desafinada das canções.

A confiança está hospitalizada

E passa mal.

Foi atropelada pela falta de respeito,

Pelo desconhecimento do que se carrega no peito.

A inveja esburacou a estrada.

A frustração mantém a visão truncada,

As crenças corrompidas,

Deixou a verdadeira fé esquecida.

O sexo raso, ralo,

Mantém a humanidade marcando passo.

Em nome da conveniência,

Falsificam-se amizades,

Transmutam-se as aparências,

Mudam-se os discursos,

Alteram-se os cursos,

Cometem-se barbaridades...

É um jogo de vale tudo,

Insano, absurdo e imundo,

Absurdamente injusto,

Plenamente corrupto.

A intolerância se generalizou,

A agressividade deflorou

A personalidade,

Que explode por qualquer banalidade.

A falta de escrúpulos,

Ergueu um horrendo muro,

Cimentado pela traição,

Que campeia livre pelo chão.

A inconsequência

Tomou o lugar da consciência.

É tanta mentira em toda parte,

Inclusive naquilo que se chama de arte,

Que o ser humano não sabe mais distinguir

Claramente, objetivamente, para onde ir.

Uma pequena fatia da humanidade,

Está realmente, interessada na verdade.

Superou o crônico egoísmo,

Desprezou o capitalismo.

Caminha pela margem,

Já que o rio está infestado de bobagens.

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 11/01/2010
Reeditado em 11/01/2010
Código do texto: T2022775