REALIDADE
Estampo no rosto um sorriso
Pois conheço meu próximo tempo
Ou não conheço e só compreendo?
Mas logo esboço um suspiro
Pelo contraste que vejo e não entendo
Ou entendo, mas não compreendo?
No rosto do outro, um gemido
Lhe escapa dos lábios, doendo
Ou apenas está parecendo?
Na agonia solitária do excluído
É possível vislumbrá-lo sofrendo
Ou é nossa imaginação lendo?
É ele nosso irmão, nosso próximo
Embora em lados opostos vivendo
Ou apenas sobrevivendo?
No nosso lado temos tanto e muito
No outro lado, pouco ou nada contendo
Ou isso é parte de um julgamento?
Quem dirige os destinos, está convicto
De qual classe será sobrevivente
No final da luta que, eternamente
Se desenvolve ao longo de um histórico
Que preconiza a vitória de somente
A parte rica de convívio efervescente.
E quem fará com que esse jugo trágico
Se desfaça; e com que se erga, finalmente
A união para que a Justiça se implemente?
A Justiça Social não é algo retórico
É a força humana que evidentemente
Deverá romper da escravidão a corrente.
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