REALIDADE

Estampo no rosto um sorriso

Pois conheço meu próximo tempo

Ou não conheço e só compreendo?

Mas logo esboço um suspiro

Pelo contraste que vejo e não entendo

Ou entendo, mas não compreendo?

No rosto do outro, um gemido

Lhe escapa dos lábios, doendo

Ou apenas está parecendo?

Na agonia solitária do excluído

É possível vislumbrá-lo sofrendo

Ou é nossa imaginação lendo?

É ele nosso irmão, nosso próximo

Embora em lados opostos vivendo

Ou apenas sobrevivendo?

No nosso lado temos tanto e muito

No outro lado, pouco ou nada contendo

Ou isso é parte de um julgamento?

Quem dirige os destinos, está convicto

De qual classe será sobrevivente

No final da luta que, eternamente

Se desenvolve ao longo de um histórico

Que preconiza a vitória de somente

A parte rica de convívio efervescente.

E quem fará com que esse jugo trágico

Se desfaça; e com que se erga, finalmente

A união para que a Justiça se implemente?

A Justiça Social não é algo retórico

É a força humana que evidentemente

Deverá romper da escravidão a corrente.

www.reflexoesemversos.com.br

NINFEIA G
Enviado por NINFEIA G em 10/01/2010
Reeditado em 28/05/2010
Código do texto: T2021426
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