SENTIDOS...

Num galho torto de um pequizeiro,

Sempre ao cair da tarde,

Diviso e ouço certa Ave.

Seu canto é estranha cadência!

Se é Zaratustra às avessas,

Se é Amazonas salgado, no fundo,

Não sei!

O certo é que todo o cerrado,

À sombra deste coração-mistério,

Encharca-se de orvalhos azuis.

Vesga, tiquetaqueia horas da Luz.

Ao menos nestes voos tão efêmeros,

Dou de ombros com o Sentido da Vida.