Palha do Ninho

Promessas não me prendem mais,

Principalmente, as circunstanciais...

Aquelas que de tão oportunistas,

Arrepiam até os mais otimistas...

Consigo enxergar o que há por trás.

Sei do que o ser humano é capaz...

Não desacredito.

Mas, só acredito,

Depois do fato consumado,

Até então, permaneço quieto, calado.

As pessoas não pensam antes de falar,

De prometer,

De assegurar,

De comprometer.

A palavra está totalmente desvalorizada,

Absolutamente deturpada.

Não se reconhece mais o seu poder.

A banalização a faz retroceder...

O seu uso indevido

É um cósmico delito.

A agressão verbal

Pode ser tão letal

Quanto à física,

Quanto à química...

Pode torturar

Paralisar,

Castrar,

Invalidar...

Pode alterar o corpo emocional

De forma desproporcional.

Já a palavra amiga

Abriga,

Acolhe,

Recolhe,

Ampara,

Repara,

Conclama,

Aclama...

Não há mistério,

Nem segundo critério.

Não é ocasional,

Nem sazonal.

Não é negociável,

É inapelável.

Não é opcional

É racional.

Não é relativo,

É imperativo!

Não é cíclico,

É bíblico!

Com o que sai da boca, é preciso cuidado,

Muita atenção,

Para gerar bons resultados,

Para atrair o melhor do irmão!

Para conviver bem,

Para gostar de alguém...

Para se sentir respeitado,

Para se ver realizado...

A boa palavra abre caminho,

É a palha do ninho.

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 09/01/2010
Código do texto: T2019473