Transformações ocultas
Meu espírito penetrante
As vezes critico, às vezes perspicaz
Percebe em outros tantos,
Defeitos normais
E força situações emocionais
Ao desafiar constantemente
Espíritos contrariados e banais.
Destino ou não,
Pregou-lhe então
Esta peça torta sem igual;
Que a morte seja a sorte
Outros, meros outros, para tal
São tão poucos, mesmo poucos, fazem mal
A alma vulnerável
De um humano, mesmo humano, animal.
Minha frieza tenho certeza
Perdeu-se no teu fogo
De rara pureza.
Os raios de sol
Confundindo o meu exterior
Sem mostrar qualquer fraqueza,
Atraindo toda dor
Blefando uma beleza,
Hipnotizado-me fazendo sentir cruel leveza
Do falso e desejado amor.
Quando lúcido raramente
Concentrado, sutil e ardente
Fez queimar o que é mais,
E o que é menos
Agora, tanto faz, meu bem
Prazeres contigo são carnais;
No meu canto, pergunto-lhes
Onde estais?
E sem esperar qualquer resposta amiga
Minha sina, vou atrás
Daquela menina bruxa.
E o que era implacável
O que era um espírito impenetrável
Ontem à tarde estável
Como uma folha seca,
Caiu ao chão...
Com uma atividade derrotista
Foi ela, não aparente
Tão pura e transparente
Influenciar nesta vida
E neste velho coração.
Mesmo assim, a vejo contente
E hoje peço a ti querida
Peço-te quente;
Mesmo fervendo esta ferida
Entregue-me o que roubaste,
Depois novamente se afaste.
Novamente terei paz
Novamente isso baste
A ti, menina,
Não troques este contraste
E mesmo que leve tempo
Para reparar o desgaste
Um dia volte,
E leve contigo
O meu velho e triste;
O meu velho e já transformado coração.