Transformações ocultas

Meu espírito penetrante

As vezes critico, às vezes perspicaz

Percebe em outros tantos,

Defeitos normais

E força situações emocionais

Ao desafiar constantemente

Espíritos contrariados e banais.

Destino ou não,

Pregou-lhe então

Esta peça torta sem igual;

Que a morte seja a sorte

Outros, meros outros, para tal

São tão poucos, mesmo poucos, fazem mal

A alma vulnerável

De um humano, mesmo humano, animal.

Minha frieza tenho certeza

Perdeu-se no teu fogo

De rara pureza.

Os raios de sol

Confundindo o meu exterior

Sem mostrar qualquer fraqueza,

Atraindo toda dor

Blefando uma beleza,

Hipnotizado-me fazendo sentir cruel leveza

Do falso e desejado amor.

Quando lúcido raramente

Concentrado, sutil e ardente

Fez queimar o que é mais,

E o que é menos

Agora, tanto faz, meu bem

Prazeres contigo são carnais;

No meu canto, pergunto-lhes

Onde estais?

E sem esperar qualquer resposta amiga

Minha sina, vou atrás

Daquela menina bruxa.

E o que era implacável

O que era um espírito impenetrável

Ontem à tarde estável

Como uma folha seca,

Caiu ao chão...

Com uma atividade derrotista

Foi ela, não aparente

Tão pura e transparente

Influenciar nesta vida

E neste velho coração.

Mesmo assim, a vejo contente

E hoje peço a ti querida

Peço-te quente;

Mesmo fervendo esta ferida

Entregue-me o que roubaste,

Depois novamente se afaste.

Novamente terei paz

Novamente isso baste

A ti, menina,

Não troques este contraste

E mesmo que leve tempo

Para reparar o desgaste

Um dia volte,

E leve contigo

O meu velho e triste;

O meu velho e já transformado coração.

Dornelles
Enviado por Dornelles em 07/01/2010
Reeditado em 07/01/2010
Código do texto: T2017118
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