NÃO SEI QUANDO...


Não me embebedo do teu veneno.
Meu tempo é outro.
Ouço fados e boleros
sem ser antiquada,
e prefiro poesia à  orgia,
embora a rima
seja adequada.
 
Não costumo fazer de conta.
Sou assim.
Às vezes me faço de tonta,
quando convém,
quando não quero ir além.
Finjo que não vejo.
Priorizo o desejo.

Minha cabeça é meu guia,
a tua, só fantasia.
Meu tempo é hoje.
O teu?
Não sei quando...