Escravo

Lentamente vivo escravo do tempo.

Existo agarrado à temporalidade

E sob esse contar

Abre-se um negro no céu azul

Revelando a mortalidade

Sou fraco,

Um louco à procura do futuro

Do cálice da vida

Do amor eterno

Condicionado pelo presente

Assombrado pelo passado.

Pelas culpas.

Fantasmas assomam,

Vivem infinitamente,

Aterrorizam,

Amordaçam a felicidade.

Névoa abandona-me.

Limpa meu olhar turvo.

Ilumina-me.

Quero fugir para bem longe,

Correr dos meus temores,

Das minhas penas.

Quero um dia de sol.

A aurora sorridente

Num amanhã distante.

O abismo

Onde saltamos temerariamente

Insanamente

Numa tela de cores vivas

Sem saber desenhar.

Kadú
Enviado por Kadú em 05/01/2010
Código do texto: T2012506
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