Sem Volta

Toda etapa final é complicada,

Arredia e delicada.

Ainda mais quando envolve tantos acontecimentos,

Tantos avassaladores sentimentos.

Dá vontade de desistir,

De entregar o jogo...

Parece que se passou do ponto.

Fica muito difícil prosseguir.

Fica a impressão que se acordou tarde demais,

Para atitudes mais radicais,

Para mudanças mais viscerais,

Para posturas mais liberais.

Os dados achatam-se,

Misturam-se,

Recusam-se a rolar,

Desandam a irritar...

Mas, só fazem confirmar

A grande prioridade que é: mudar!

Pela clara impossibilidade de continuar

Nesse consentido naufragar.

Esse é o meu momento:

Enrolado e lento, muito lento...

A sucessão de dificuldades

É um elogio à criatividade...

Sigo, não porque seja um guerrilheiro belicoso,

Ou, heroicamente corajoso...

Sigo, porque não há retorno.

É o que grita o meu corpo.

Não sobrou outra opção

Aceitável ao meu coração,

Tão maculado,

Quanto alucinado.

Ele não desiste:

Insiste!

Às vezes, se altera,

Mas, logo se recupera.

Quer novos sabores,

Baianos humores...

Quer ouvir os celestiais rumores

E expandir os internos ardores.

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 04/01/2010
Código do texto: T2010061