Talvez.

Houve certa vêz

além do horizonte

uma estória

talvez eu a conte.

É de alguém

que cresceu em meio a dúvida

não sabia de nada,

vivia na indecisão

e dizia que seu nome

talvez fosse Talvez.

Quando saia, não sabia

a direção

fiacava então a indagar

vou para lá,

ou para cá?

talvez nem vá.

E muitas vêzes

de tanto se perguntar

mal saia do lugar.

E a vida passava

(ou não)

para Talvez.

Ele nunca chegava

pois não se decidia.

Mas enfim numa tarde

em uma rua

num belo dia,

alguém gritou

-Vai atravessar?

(Foi talvez, o último talvez,

do Talvez).

Pois ele atravessou

um carro atropelou-o.

Ele sobreviveu?

Talvez...