POR NÃO TERDES ESPERADO MAIS

Deixastes te consumir

pela urgência dos dias...

Virando as costas para o sol

Perdestes o osculo com a lua

Um momento tão sublime...

Perdestes, também, a queda da folha

do tempo de espera da mudança

e correstes contra o vento

sem sentir o seu sabor

Passastes pelas horas, sem tempo

de sorver os segundos...

e, de tão apressado, perdestes o amanhã

no ontem...

Um segundo de atenção, somente,

era pedido em clemência...

Mas tu, na pressa de segurar a vida

com mil dedos, ias deixando para depois

um tudo, resumindo em nada, em pó

Findando na esquina do vento, solitário,

por não terdes esperado mais pelo agora...

(Lena Ferreira)