Nas horas de solidão
O tempo passa por nós
Como as folhas ao vento
Às vezes passa tão lento
Às vezes nos deixa tão sós
Traduz em si as saudades
Momentos que não se vão
Promete outras verdades
Momentos que ainda virão
Vai do passado ao futuro
Realizando o presente
Num gotejar firme e duro
Encobrindo a vida da gente
O tempo se diz exato
Hora, minuto, segundo
Tudo irreal, não é fato
É só um sonho no mundo
No palco a trupe de atores
Onde tudo é tão passageiro
Se nem nasceram as flores
Como é de novo janeiro?
Se o tempo existe, é real
Se o tempo não é ilusão
Porque o tempo não é igual
Nas frias horas de solidão?