NÃO É O QUE LHE PARECE SER?

A vida parece ser fiel

Serve em nossa mesa

O pote doce de mel

ou um prato amaro de interrogação,

é visível sua fidelidade à incerteza

da humana insatisfação;

Pobres cabeças pensantes...

Que delineiam na maquete

O jogo forte da sorte ou azar

Em lances alucinantes,

Porém é certo, é visto, insisto

Ninguém é marionete

Pra achar que tudo foi resolvido antes,

Dias e noites podem ter

Finais felizes,

Deixe a inquietude em seu canto,

Pense primeiro nos próprios deslizes,

Nunca use máscara pra se ocultar

Diante da essência desconhecida,

Não seduza o mal, produza o bem

A alma é uma criança

renova-se diariamente

Na fina flor da esperança,

Essa luz, essa chama da vida

Não se apaga, não termina,

Nada há para clarear ou acender,

Não é o que lhe parece ser

Menina?

28/11/09

ANDRADE JORGE

Poesia participante da Contenda Literária