Amizade do povo

Milhões de amigos,

Têm no planeta.

Uns nas enxadas,

Na mesma estrada,

Uns com canetas

Ultrapassadas.

Juntos comigo,

Alguns sadios.

Outros vadios,

Vários zarolhos,

Outros pernetas.

Mas há alguns sábios.

Amigos do mundo.

Limpos-imundos,

Muitos, doentios.

Estou alheio,

Com colarinho branco,

Eu não me enleio!

Para ser franco,

Abra-se o olho.

Cheira-se tanto,

Chora-se planto,

À repolho!

Barba de molho.

De povo tonto,

- Seria santo?

E, eu no meio!

“Amigos do povo”.

Tentáculos, polvo.

Povo em polvorosa,

Verde amarelo,

Belo-singelo.

Ou, cor de rosa.

Esmaecido,

Povo esquecido,

Na mesma prosa.

Eis a promessa,

A mesma peça!

O povo tropeça

Na mesma escorva.

Povo cansado,

Entorpecido,

Embriagado;

Na mesma sova.

É pura estorva.

Que bela droga...

jbcampos
Enviado por jbcampos em 27/11/2009
Código do texto: T1946509
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.