Fato

Quanto tens ainda que sofrer?

Quanto tens ainda que chorar?

Se não és capaz de perceber

Que o melhor da vida é amar!

Do alto do teu pedestal de ilusões

Vês apenas um futuro envolto em cifras,

Luxúria, glamour, meras ambições.

Tens glória, fama, poder...celebras

Tudo, mas não podes precaver-te

Da cruel lição que a vida há de aplicar-te.

Tens ao peito, embora débil,

Um coração há muito esquecido,

Que exposto ao sentimento ignóbil

Resigna-se ainda adormecido;

Sofre, corrói-se, quer exortar-te,

Tenta, tenta...em vão despertar-te.

Quem sabe assim lograr o feito

E desatar de uma vez o imenso nó,

Que o destino nos reserva o direito

De pertencermos um dia ao mesmo pó.

F Cavalcante
Enviado por F Cavalcante em 26/11/2009
Código do texto: T1944840
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