Querido inimigo
Barba feita, malas desfeitas, perigos à espreita,
E dane-se a tristeza, bemvinda minha solidão.
Cansei de fugir dessa agonia.
Quer saber? Que venha, eu encaro-te agora!
Vamos ver quem aguenta.
Aposto minha vida, cansei de covardia.
Nada tenho a perder, a não ser o medo,
E melhor perder o meu pulsar à cedê-lo.
Me esconder nos cantos, nunca mais.
Controlar as vontades, os vícios e as virtudes.
A vida, meu querido inimigo, é curta demais!
Pulei no chuveiro, baguncei o cabelo,
Sai desvairado e abusado
Sem olhar pra baixo e pros lados,
Só importava olhar o céu e falar “obrigado”
Sem me preocupar se alguém aqui embaixo
Ou lá emcima me ouvia
E se o Sol voltar nascer pra me acordar
Eu voltarei a agradecer nesse novo dia.