ANO NOVO

Nesta época do ano

Há algo anestésico.

Parece que as pessoas

São automatizadas;

E que há um controle

Sobre elas, à distância!

É época de consumo,

Ninguém fica triste!

Mas debaixo do pano

Da grande cena,

A classe se atordoa.

E, globalizada,

Sabe que essa pose,

Apenas aparência,

É só um resumo.

Temporário fetiche.

Mas, por enquanto

A ilusão as move.

Serão sempre boas

As possibilidades.

Um verniz de decoro

As mantém diante

Da magia do mundo

Sem pensar em riscos.

É o ano novo,

Que novo parece,

Mas já amontoa,

Sem resultados,

Herança do outro,

Que, por uma ânsia

Pela mudança,

Chega bem visto.

26-12-08

NINFEIA G
Enviado por NINFEIA G em 16/11/2009
Código do texto: T1927258
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