Um certo dia

Um dia, me vi aqui,

Senti-me estranho,

E, nada entendi.

Era um dia de antanho,

Quando me surpreendi

Tal o tamanho

Da estranheza que senti.

Iniciei algumas amizades,

Minha mãe, meu pai, meus irmãos,

Meu avô já com muita idade.

Morava num arraial,

Pássaros, flores e um belo quintal.

Cresci e, dali pervaguei por muitas cidades.

O mundo fora daquele local,

Era pra mim um pantanal

Revestido atrocidades.

Sentia o apertar apertado no meu coração.

Teve hora que, quase de tudo larguei mão,

Sofri, lamentei, cheguei até a passar mal.

Mas, resolvi prestar atenção,

Tive juízo, e cá estou meu irmão.

Como se fora o meu velho arraial.

Resignação é o nome desta beldade,

Sentimento próprio da velha idade.

Meus primeiros amigos se foram.

Entristeci, me afoguei no meu choro.

Não queria entender, porém, entendi.

Apesar de achar um grande desaforo,

Com calma n’alma, em mim fui cair.

Compreendi que, a vida na morte aqui

Entre nós veio se fundir.

Ganhei na sorte,

Quando a paz me fez entender,

Que vida, é mesmo que morte.

Que a alegria é o momento terno e eterno.

Da qual, podemos nos embeber,

Do nosso universo interno.

Viemos dum mundo etéreo,

Que poderá nos corresponder.

Até porque o invisível,

Por muito que seja incrível,

É muito mais belo de se ver.

Neste mundo de caolhos e pernetas,

E empafiosos carregando agendas e canetas,

Porém, suas almas trafegam sobre muletas.

Nem sabem escrever, mas querem mostrar

Seus biótipos a ofuscar o nosso olhar.

Seus “podres poderes” de grifes e etiquetas.

Vaidosos, carentes, vivem a delirar.

Mas, o preço do orgulho e do egoísmo,

Sem muita demora irão resgatar.

Ensimesmados, cabotinos

Embasados nos seus estrelismos,

Despóticos, bestiais sentirão dores,

São devedores de tantos favores.

Dos seus próprios destinos,

Nem desejarão os favores pagar.

Oxigênio é perfume de gênio,

Qual carbono não quer inalar.

Seu pensamento respira,

E, você nele se inspira,

Quanto mais ele respirar.

Perfume, bom costume,

Tal qual o batom,

Pode até causar ciúme,

É só não sair do tom,

Pra não tornar-se estrume,

E como tristeza a lhe incomodar.

Use de Deus o bom dom,

Porém, tudo saiba tolerar.

A tolerância é a própria evolução

Daquele, que aprendeu a perdoar.

Se, perdoa, e se doa em perdão,

É porque aprendeu a amar.

Parabéns.

jbcampos
Enviado por jbcampos em 16/11/2009
Código do texto: T1926726
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