Sublime Sentido

Há tanto tempo chovia,

Que minha pele enverdecia...

Tantas preocupações,

Tantas precauções...

Sem sol a vida fica esquisita.

O simples se complica...

A alma entristece,

A energia desce.

Fico incomodado,

Um tanto inconformado.

Com o seu retorno,

Arredondaram-se os contornos.

Fui pra rede,

Amenizar a sede

De sua presença,

Onipotentemente intensa...

Que aquece

E arrefece!

A luz solar,

Quando inunda o ar,

É como se a vida se acendesse

E, instantaneamente, enriquecesse;

Brotasse de algum vale escondido,

Explodindo em todos os meus sentidos,

Com seu incomensurável poder

De enaltecer.

O sol é em si, um enaltecimento.

Do universo, o mais eloquente argumento.

Sua existência é um elogio à vida.

Sua permanência eleva o dia,

Todas as possibilidades,

Multiplica a beleza,

Descortina a pureza...

Induz à sensibilidade.

Seu poder altera tudo,

Veste o mundo,

Num ritual maternal,

O ápice matinal...

Convite à celebração,

À devastadora constatação,

De que muito pouco é preciso,

Para se deixar enlevar pelo sublime sentido.

Basta,... livrar-se do juízo!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 16/11/2009
Código do texto: T1926164