Devaneios Poderosos

Até a poucos anos atrás eu era crédulo.

Agora, após completar meio século,

Descubro-me bem mais pé no chão,

Bem mais consciente da ilusão,

Da magnífica fantasia,

Que reside em minha melodia.

Aprendi a reconhecê-la e a tratá-la como tal.

Sem qualquer esperança de desaguar na vida real.

Mas, me proporcionando subsídios suficientes,

Para me manter consciente.

Os meus esteios

Disfarçam-se de devaneios.

Vem deles, ao mesmo tempo, o brilho

E o risco...

O corte,

E o norte!

Passaporte para a altura,

Camuflado em loucura.

Em minha fantasia, os fatos não se complicam.

Os reinos, amplamente, se comunicam.

O todo é para todos,

Não para poucos...

Os enganos esquecem-se,

Os irmãos reconhecem-se!

Não há mentira.

Sente-se até uma inofensiva preguiça...

Não há competição,

Apenas, uma espontânea comunhão.

A ignorância foi transmutada,

A agressividade superada.

O ar, perfumado,

O oceano, reverenciado!

As cordilheiras são referência,

Para a harmoniosa cadência,

Que flui desimpedida,

Valorizando cada instante da vida!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 13/11/2009
Reeditado em 16/11/2009
Código do texto: T1921053