Devaneios Poderosos
Até a poucos anos atrás eu era crédulo.
Agora, após completar meio século,
Descubro-me bem mais pé no chão,
Bem mais consciente da ilusão,
Da magnífica fantasia,
Que reside em minha melodia.
Aprendi a reconhecê-la e a tratá-la como tal.
Sem qualquer esperança de desaguar na vida real.
Mas, me proporcionando subsídios suficientes,
Para me manter consciente.
Os meus esteios
Disfarçam-se de devaneios.
Vem deles, ao mesmo tempo, o brilho
E o risco...
O corte,
E o norte!
Passaporte para a altura,
Camuflado em loucura.
Em minha fantasia, os fatos não se complicam.
Os reinos, amplamente, se comunicam.
O todo é para todos,
Não para poucos...
Os enganos esquecem-se,
Os irmãos reconhecem-se!
Não há mentira.
Sente-se até uma inofensiva preguiça...
Não há competição,
Apenas, uma espontânea comunhão.
A ignorância foi transmutada,
A agressividade superada.
O ar, perfumado,
O oceano, reverenciado!
As cordilheiras são referência,
Para a harmoniosa cadência,
Que flui desimpedida,
Valorizando cada instante da vida!