NAVEGANTES

Nada sabemos do que acontece,
Além do firmamento,
Da água cristalina que desce,
Contornando o congestionamento,
Nada sabemos do insano,
"Grande mentecapto" a girar,
O mundo embevecido,
Nada sabemos do verso escondido,
Atrás do indefinido olhar,
Nada sabemos sobre os planos
Sobre os ângulos estendidos,
Na (im)possibilidade de escapar,
Nada sabemos do fio tecido,
Pelo tempo no limiar,
Do ato soberano – lento,
Nada sabemos do próximo ano,
Que se aproxima - desatento,
A tantas preces,
Nada sabemos do vento,
Inconstante a soprar,
Deixando o céu cinzento,
Tempestade no ar,
Nada sabemos do mar,
Que atrai tantos sentidos,
Cabe-nos o exercício humano,
De tão somente indagar,
Aproveitar cada momento,
Que a vida gentilmente oferece,
E navegar, navegar, navegar...
Seres desprotegidos,
Em busca do desconhecido.