ESCRAVO DO QUE SOU
Perde seu tempo quem tenta me impor um sistema restritivo
Entendo que existir é mais do que estar vivo, dou asas à minha fé
Meu mundo vai além do que ele é e sacraliza os fantasmas que convivo
Para na aptidão do que não sirvo, eu veja tudo que meu sonho quer!
Não leio cartilhas morais e nem pertenço ao coral transgressor
Posso chorar de alegria ou sorrir de dor, posso beber minha própria sede
Sei o drama do peixe e o riso da rede, só não sei como ser quem não sou
E se fico ou se vou, não me dou pelo assédio do flerte!
Não tenho compromisso com o silêncio omisso
Bate-me em vão esse leviano feitiço, lacro-me de alquímica tranca
Minha passada não é manca e minha santa ignorância sabe disso
Minha bandeira não tem nome por isso, apesar de ter cor, que é branca!
Não é discurso ideológico, não é política do bem ou afã ativista
Não sou mais uma voz pacifista e nem embaixador da tal religião
Eu sou apenas a aproximação do que a presente geração já não avista
Sem fracasso e sem conquista, escravo de minha própria libertação!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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