SOLIDÃO, A ESTRADA DE MÃO DUPLA.

Meu querido irmão sofredor,

E detentor dessa doida dor.

Essa é a dor das dores.

Não se sabe a sua origem

Qual nos causa até vertigem

Em terríveis estertores.

Solidão é estreito corredor

Criado pelo amargo dissabor

Da mente doente ou demente.

À procura de mórbidos motivos.

Existência, desejo, fé, paixão...

Veja as confusões em colisão.

São nefastos atrativos,

São os pensamentos de sempre.

Parece corredor da morte

Qual a sorte nos preparou.

São tramas da consciência

Que ainda não se revelou.

Uma coisa é bastante certa,

Para distraí-la há de ser artista.

E artista faz arte com arte.

Cientista em turma se forma,

E artista traz a fórmula

De despistá-la com maestria

Pela intuitiva assimetria

De expurgar o pensamento à toa.

E para isso tem a fôrma.

O que não é para qualquer pessoa.

Conviver com a solidão

É apascentar o coração.

Na realidade ela é virtual,

Pura tese de criação mental.

Se não fosse fato real,

Não se sentiria só na multidão.

Apesar de virtual pode ser fatal.

Estagnando a respiração.

E pode ser o portal

Da evolução.

jbcampos
Enviado por jbcampos em 09/11/2009
Reeditado em 10/11/2009
Código do texto: T1913558
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