SOLIDÃO, A ESTRADA DE MÃO DUPLA.
Meu querido irmão sofredor,
E detentor dessa doida dor.
Essa é a dor das dores.
Não se sabe a sua origem
Qual nos causa até vertigem
Em terríveis estertores.
Solidão é estreito corredor
Criado pelo amargo dissabor
Da mente doente ou demente.
À procura de mórbidos motivos.
Existência, desejo, fé, paixão...
Veja as confusões em colisão.
São nefastos atrativos,
São os pensamentos de sempre.
Parece corredor da morte
Qual a sorte nos preparou.
São tramas da consciência
Que ainda não se revelou.
Uma coisa é bastante certa,
Para distraí-la há de ser artista.
E artista faz arte com arte.
Cientista em turma se forma,
E artista traz a fórmula
De despistá-la com maestria
Pela intuitiva assimetria
De expurgar o pensamento à toa.
E para isso tem a fôrma.
O que não é para qualquer pessoa.
Conviver com a solidão
É apascentar o coração.
Na realidade ela é virtual,
Pura tese de criação mental.
Se não fosse fato real,
Não se sentiria só na multidão.
Apesar de virtual pode ser fatal.
Estagnando a respiração.
E pode ser o portal
Da evolução.