Toque-me, Morte!
Infaustos quadros posso observar com rugosas retinas!
Coloridos com o mais vivo vermelho do fluido arterial...
Deleitoso e veemente anseio de desfazer-me do carnal.
Ah! Srta. Morte... Por que em mim não reclinas?!
Assombravam-me esses cenários de extrema melancolia.
Sei bem, tentaram dissimular tudo com sorrisos sem valia!
Há amor verídico nos corações humanos?
Ou singramos o fluxo por instintos insanos?
Não sei o que dirão. Eu amei, amo e fragmentaria
cada átomo construtor da minha complexa forma,
Para libertar à atmosfera o conteúdo recluso
desse sentimento que curaria as piores chagas!
Digo: O que se conhece por vida de mim retiraria, caindo em plácido desuso... Se da mente humana fossem expurgadas todas as sórdidas pragas!
...
Mas para que adentrar em infindável contenda?
Jamais verterá de um coração humano amor genuíno...
Aos nossos irmãos abriremos no solo uma gloriosa fenda...
Onde com semblantes marcados por belos sorrisos,
Depositaremos seus corpos às badaladas de um enferrujado sino...
Então, ignorando-os em seu lar recluso, partiremos invisos.
Por que afinal deixamos cair uma lágrima?
Talvez, sejamos capazes de amar em instantes!
...
Srta. Morte! Perdoe-me por parecer tão débil...
Mas se nessa terra os sentimentos já estão demasiado tênues,
Anseio mudar a dimensão de minha existência!
Acolha-me como a um filho! Minha mão estará estendida...
Toque-a.