NA PONTA DA PENA

Na Ponta Da Pena

Jorge Linhaça

Com o bico da pena desenho paisagens

Crio mil mundos, descrevo utopias

Da ponta da pena surgem personagens

Dos sonhos sonhados invento poesias

Entre os rabiscos na folha riscados

Esvai-se o tempo, a noite e o dia

Faz-se o silêncio, expira o passado

Forma-se a sombra, o estro vadia

Gostos, desgostos, o céu já nublado

Gestos velados no negro veludo

Horas insones, o morto acordado

Hoje é o nada, pensando ser tudo

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