Biscoito da Sorte
Ilha da fantasia
Lá aonde homens de mãos dadas
Filosofam,
Padres botam as mãos
Nos corações e nas coxas,
Com palavras constroem-se
Castelos de verdades fantasmagóricas,
Verdadeiras matrixes de homens ideais
Lá o trabalho é mental
E o suor do rosto só vem no ato
E os matrix-filósofos-biscoitos-da-sorte
Fornecem citações
Para todas ocasiões.
Se não há verdade
Há preconceito,
E o critério da verdade
É a prática.
Então levante o bundão da almofada
E saia em campo
Colija, descreva, compare, copie,
“matar um índio, nunca”, seu bestalhão,
Ofereça o cabeça ao tacape
E saia de lá com sua obra encaminhada,
Mesmo que seja o seu corpo mumificado.
Então, ao chegar aos 100 anos dirão:
É um covarde, é dedo-duro!
E o filósofo, poderá ainda se autoimolar,
Mas ninguém dará importância.
A morte vem, fatal.
E quem morre não percebe,
Pois, velho, é atemporal.