Postura Hipnótica

Potencializar o infortúnio,

É um distúrbio.

Em nada adianta...

A onda quando se agiganta,

Quando no alto se inflama,

Quebra e em segundos se esparrama,

Até desaparecer,

Sem, quase, se perceber.

Assim são os sentimentos mais intensos.

Embora façam um barulho imenso.

Somem, perdem-se na paisagem,

Como se fossem simples aragens.

Ficam os ecos,

Batendo no teto,

Até serem digeridos,

Ou, simplesmente esquecidos.

Reviver esses fatos,

Ficar repensando os dados,

Não altera o que já aconteceu.

Não traz de volta, o que se perdeu.

É uma inútil tortura,

Que só provoca tontura.

Impede a ferida de cicatrizar,

O barco de zarpar.

Não reter o ruim,

É um benefício sem fim.

A vida precisa fluir,

O rio tem que seguir,

Contornando as pedras,

Explorando as serras.

Agarrar-se à margem lodosa,

É uma postura hipnótica.

A sequência, o que está por vir, é uma incógnita,

Que pode muito bem, apresentar-se como maravilhosa.

A vida não admite contestações,

Nem reclamações.

Ela quer ser dissecada,

Sutilmente instigada,

Para revelar o seu calor,

A fragrância precisa de sua flor.

Bater de frente com seus desígnios,

É um patológico indício.

Muitas coisas são incompreensíveis,

Outras inesquecíveis.

É-nos muito complicado,

Apreender o significado,

Entender tudo

Que nos oferece o mundo.

Há que se ter humildade

Para lidar com a atualidade,

Onde nem tudo que parece, é...

Onde não basta ter fé...

Onde nem toda maré

Da pé!!!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 28/10/2009
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