Incógnita
Tardes em subordinada sensação
De tudo que poderia fazer
O que fiz foi apenas me lembrar de você
Tudo salientar o que passou
Nada mais do que noites e afins.
Segredar é deixar prevalecer
N’onde poderia parar sem confidências?
Mundo negro, vermelho de revoltas
Caras pintadas e reticências.
Sem portas abertas resta-me dar as costas
No tilintar das taças sou capaz
Será que ouvir faíscas é normal?
Enquanto o segredo se mantém seguro
Resta entre nós
Como os alemães destruirmos o muro.
Gargantilhas enforcam e enfeitam
Como um laço lasso
Pobre sentimento dissoluto
Da escuridão vieram as cores
Meu mundo do avesso
Por coisas ímpias o apreço.
Sinto dizer,
Mas chorar fez-me sofrer
Resta nada mais que esquecer
Mudar as coisas de lugar
Curar essa zaragata
Essa é a vida
Mantém-se inata.