Incógnita

Tardes em subordinada sensação

De tudo que poderia fazer

O que fiz foi apenas me lembrar de você

Tudo salientar o que passou

Nada mais do que noites e afins.

Segredar é deixar prevalecer

N’onde poderia parar sem confidências?

Mundo negro, vermelho de revoltas

Caras pintadas e reticências.

Sem portas abertas resta-me dar as costas

No tilintar das taças sou capaz

Será que ouvir faíscas é normal?

Enquanto o segredo se mantém seguro

Resta entre nós

Como os alemães destruirmos o muro.

Gargantilhas enforcam e enfeitam

Como um laço lasso

Pobre sentimento dissoluto

Da escuridão vieram as cores

Meu mundo do avesso

Por coisas ímpias o apreço.

Sinto dizer,

Mas chorar fez-me sofrer

Resta nada mais que esquecer

Mudar as coisas de lugar

Curar essa zaragata

Essa é a vida

Mantém-se inata.

Luiz Aguinaldo
Enviado por Luiz Aguinaldo em 22/10/2009
Código do texto: T1881126
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