castelos e sonhos
Castelos feitos de lama
Sonhos feitos de areia
Fadas feitas de aura e ar
Saudades feitas de suspiros
E tudo é linguagem
Ou lirismo
É pintura ou escultura.
É prosa ou poesia.
Leio livros, textos
Pensamentos e almas
Leio a literalidade em cada gesto
Em cada face
Na linha sinuosa de um olhar
Leio o que passa
e que passará
Nas reticências do silêncio
Leio a verdade na testa dos que mentem
E as mentiras são poesias abortadas
Seriam verdades num mundo
imaginário
Seriam nuvens claras num céu chuvoso
Seriam labirintos decifrados
Por minotauros e teseus.
Olhos segregam orvalhos que não existirão,
as manhãs cegas pela névoa de calor e frio
Olhos contam tristezas infindas,
Solidões incrustadas em anéis
O rubi revela o sangue das pedras
Dilaceradas pelos rios e chuvas
Que lavam tudo,
Lixiviação
E, no sangramento silencioso
dos suicidas
O rubi é a rendenção da cor.
O rubi é o avesso do alvorecer.
É nascer nos seixos morenos da vida.