Morre aos poucos
O poeta, o artista
E o que os mata
Paradoxalmente
É o que os faz viver
Incertezas do futuro
Passo certo não dado
Certamente um caminho
Ainda não trilhado
O peso da vida
Traduzido em presente
Futuro e passado
E sentido como rotina
Que massacra devagar
Cada mísero instante
Em que tudo dá no mesmo
Viver ou sentir que vive
Caminhar a esmo
E saber que sobrevive
 
Tudo para quê?
Para ser, para ter
Para fazer, para poder
E para se iludir
Com o que inventamos
E chamamos viver
Para crer que somos
Mais do que somos
Para crer que temos
Motivos para sonhar
Para crer que podemos
Continuar a inventar
Porque tudo o que somos
É tudo o que inventamos
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 14/10/2009
Reeditado em 06/09/2021
Código do texto: T1864895
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