Desejo

Eu quero uma palavra que rompa o firmamento.

Quero que o vento fique forte, tormenta,

Como a palavra abandonada, arrependimento...

Quero minha palavra revolta e silenciosa,

Como maremoto em construção, o vento...

Eu quero uma palavra que rompa o momento.

Quero que seja intangível, invisível, como o tempo...

Como poeira que jamais assenta em sua origem,

Minha palavra não me diz nada após ser dita...

Minha palavra é efêmera, como o vento...

Eu quero uma palavra que rompa o movimento.

Que me traduza em miúdos, em duas linhas...

Que não me revele em nada, em duas lavras...

Quero uma palavra que não me pertence,

Sem que eu tenha que roubar ou mentir

Minha palavra é fugaz, como o tempo...

Eu quero uma palavra que rompa o lamento.

Quero que a palavra me deixe aliviado

Como a poça de lama, ao cavalo cansado,

Como o elixir da vida, que renova as forças...

Minha palavra é canto prófugo, como o momento,

Minha palavra é canto profuso, como a eternidade...

Eu quero uma palavra que me una a tudo,

Eu quero uma palavra que me una ao firmamento.

Eduardo Amorim
Enviado por Eduardo Amorim em 13/10/2009
Código do texto: T1863464
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